terça-feira, 27 de maio de 2008

Grupo no hi5

Acabei de criar um grupo no hi5 sobre o tema gravidez na adolescência. Talvez assim consigamos por mais gente a pensar neste assunto! Visitem e comentem...

O grupo chama-se: "Arriscar ser mãe na adolescência".

Questionário realizado a uma mãe adolescente (que engravidou aos 16 anos)

Questionário realizado a uma das mães adolescentes, utente da casa de acolhimento da SOCIALIS - Associação de Solidariedade Social da Maia.

1. Como foi a experiência de ser mãe na adolescência?
Foi uma experiência no mínimo assustadora, porque quando se é adolescente e de repente nos cai uma criança nos braços é complicado. Mas não tem só desvantagens, também é vantajoso porque além de amadurecermos mais depressa, começamos a dar o devido valor aos nossos pais e à vida. Pelo menos foi o que aconteceu comigo.

2. Quando se apercebeu que poderia estar grávida, como procedeu?
Eu fiquei em completo estado de choque, a única pessoa que no início sabia era o meu namorado da altura e a minha professora de ginástica, que era a única pessoa com quem eu me aconselhava no início.

3. Como viveu a gravidez?
Foi uma gravidez muito atribulada, uma época de muito nervosismo, sempre num ambiente de conflito, discussão, gritos e muito stress. Não foi uma gravidez muito boa. Isso reflecte-se hoje na Miriam (minha filha). A Miriam agora anda mais calma, mas desde sempre foi uma criança muito nervosa, muito agitada, mesmo dentro do útero materno.

4. Em algum momento sentiu que não era capaz de educar o seu filho?
Não, nunca senti isso, além disso tenho o apoio dos meus pais, visto que a minha mãe engravidou com a minha idade.

5. Porque procurou a instituição “SOCIALIS” e como é que esta assoiação a ajudou?
Procurei a instituição SOCIALIS porque estava a viver com o meu namorado, a mãe e o irmão dele, e o ambiente estava a tornar-se demasiado pesado e insuportável. Isso fez com eu resolvesse sair de lá.
Ainda só estou aqui, na casa de acolhimento, há menos de um mês mas já noto diferenças, já ando mais calma, e a Miriam também está diferente. Aqui temos outras adolescentes que passaram pelo mesmo mas de diferentes formas.

6. Gostaria de deixar um conselho para uma adolescente que, tal como você, tenha engravidado?
O maior conselho que posso dar a uma adolescente que tenha engravidado é no caso de ser uma estudante, nunca desistir de estudar. Eu continuei até aos 8 meses de gravidez na escola, por isso, acho que se estudam, então devem continuar. Eu conheço vários casos de colegas minhas que engravidaram depois de mim e todas desistiram.
Ass: Uma das utentes da SOCIALIS - Associação de Solidariedade Social da Maia

Frase de uma mãe adolescente (que engravidou aos 15 anos)

'Como é ser mãe? Ser mãe é um passo muito importante na vida de uma pessoa. Eu fui mãe muito cedo mas não estou arrependida. Tenho um filho de 11 meses que é o meu tudo.
Caso fosse possível voltar atrás, repetiria tudo da mesma forma.
Tenho um filho que é a alegria da casa.
Ser mãe é uma experiencia muito boa em meu entender.'

Ass: Utente da SOCIALIS - Associação de Solidariedade Social da Maia

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Gravidez na Adolescência

Paralelamente ao processo de descoberta de si mesmo, a adolescência é também marcada pela descoberta do outro, do amor e da sexualidade. Os emergentes desejos sexuais e afectivos são, muitas vezes, confundidos e vividos de modo difuso, o que torna ainda mais sinuoso o caminho para a maturidade. Assim, numa forma de corresponder aos impulsos sexuais que apelam dentro de si, ou a uma necessidade afectiva, por vezes intensa, entregam-se na busca do seu corpo, do corpo do outro e do prazer que a união dos dois pode proporcionar. Por vezes, esta entrega é feita sem a noção dos riscos inerentes às práticas sexuais, tais como as doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez. Ao engravidar, a jovem tem de enfrentar, paralelamente, tanto os processos de transformação da adolescência, como os da gestação. Para ajudar as adolescentes que se encontram nesta situação existem diferentes tipos de respostas sociais, tais como: lares de acolhimento das adolescentes, instituições fundadas para o efeito, ou mesmo projectos realizados para ajudar as adolescentes que se encontram nesta situação. Estas respostas sociais não são apenas necessárias nos casos em que os pais ou familiares próximos destas não as apoiam nesta fase da sua vida, em que elas se sentem desamparadas e perdidas, necessitando de alguém que as acompanhe na nova caminhada da sua vida, apoie e aconselhe, mas em todos os casos, pois necessitam sempre de ser acompanhadas de forma a conseguirem estruturar a sua própria vida. Assim, as instituições têm uma equipa especializada que procura ajudar as adolescentes. De entre as pessoas que compõem as equipas de apoio, encontram-se psicólogos, assistentes sociais, médicos, enfermeiros e animadores socioculturais. No caso especifico das mães adolescentes, o animador sociocultural é importante dado o seu conhecimento abrangente e interdisciplinar, podendo assim acompanhar o público-alvo em diversas áreas, tais como a ocupação de tempos livres, a promoção de actividades que descentrem os adolescentes da sua ansiedade e sofrimento, quer de natureza desportiva, quer formativa, a formação de competências de relacionamento interpessoal, através de grupos de reflexão, a colaboração com equipas terapêuticas interdisciplinares, entre outras.